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Riddler.


"É um tanto estranho como as coisas acontecem, como as peças encontram seu lugar, os pontos começam a fazer algum sentido complicado, ao mesmo tempo, belo. Jovens titãs como uma das memórias mais antigas, essa coisa de super-heróis e vilões é bem recente, mas de algum modo sempre esteve voltando e a se repetir mesmo que não tivesse algum herói especial.

Mas houve antes o símbolo do Batman se repetindo mesmo antes da época que recebi várias sincronizações e manifestações. É no momento que reparo na atmosfera dos filmes, na cidade de Gotham, e a sensação é boa quase aconchegante.

Acredito que o primeiro a chamar minha atenção foi Slade, me lembro dele desde sempre. Creio que seja porque ele é muito silencioso, as artes marciais."


O ponto é que um tempo atrás fiz uma analogia que unicamente pode vir a fazer todo ou nenhum sentido. Sinto como se tivesse tido alguns anos de treinamento como Robin. E essa analogia tem como base na série Titãs, todo o mito por trás do Asa Noturna, Dick se tornando o Asa Noturna. Quando a mitologia se mistura ao simbolismo, criar o seu próprio mito e a realidade ao redor a partir daquilo que você acredita. Todo esse processo de ser um Robin e encontrar quem nós somos. Batman era apenas um homem e apenas um homem que esteve lá para Robin e em um momento você tem de entender que todos nós seguimos em frente. Temos de encontrar quem somos.


"As vezes é um conselho de merda, na maioria das vezes não é o que fazemos, porque o que escolhemos fazer pode ser um grande erro. Mas não é do erro que aprendemos o que é importante? E a mensagem é manter quem nós amamos perto, o valor, o prezar. Não é o lugar que se torna o lar mas quem está com nós. Não dá pra ficar sozinho porque juntos podemos curar.

A energia do Robin se dividiu entre fazer alguma coisa e se libertar da ideia de criar o Asa Noturna, porque já o somos. E ele está lá parado, e é eletricidade. Nos faz querer dançar e sentir a festa monstruosa que quer rugir.

Sufocando o amor, meu coração estava fechado. Acreditando que não pertencia a um lugar, mas não é o poder de um herói que o faz quem ele é. E sim a transformação que ele faz junto das pessoas que está ao redor por meio da cura. Os fantasmas vão sempre voltar se suprimir o seu poder, o seu amor. Porque está seguindo eles, seguindo alguma coisa e evitando a verdade, a sua verdade."


Ele não é um herói, o Batman. O lobo da estepe. O que é diferente se isola e aquele que faz o bem coloca uma máscara, ou decide usar o próprio livre arbítrio para fazer o que acha certo e é verdade o que falam, nada é fácil. É tortuoso, mas é cem vezes pior escolher nada.

Eles não entendem, e como poderiam? Vêem pelos meus olhos? Vêem com clareza o que se cria, o que se constrói? Essa raiva, toda essa raiva. Ela é mais do que algo além do meu controle, é tudo que me criou, tudo que vi no sangue, nos ossos e na carne. Um homem. Vontade.

"Heróis não existem". Eles não existem porque não são pessoas ou máscaras. São mitos, uma ferramenta para nos tornarmos contadores de histórias, as ações e decisões sem interferência das regras, do sistema para que possamos ver fora dele, o grande quadro. Mas mais do que tudo encorajar gentileza, ser um recipiente que molda energia. E nele, é vazio e calmo. Porque a máscara ela só pode ser usada por um tempo para expressar essa visão, a materialização de uma ideia que transforma.


Há algo muito especial sobre as máscaras que a DC criou. É uma brincadeira de opostos, um tabuleiro de xadrez, um jogo que se manifesta a partir da ideologia no qual mostra o poder do simbolismo. O simples fato de que o Bruce sendo o centro, e que o personagem dele se baseia no quê as coisas ao redor dele significa para tal, como ele escolhe a verdade acima de qualquer coisa e isso se reflete em toda a expressão do universo em si.

E eu acho isso especialmente interessante quando se trata do Charada, a máscara dele se baseia na pergunta, "Quem sou eu?" Ele é de longe um dos que podem ser explorados em extensão de uma maneira muito espiritual e pura psicanálise.



Tudo que é cinematográfico/hollywoodiano tem uma essência da fonte porque tudo é divino, cheios de tesouros escondidos mas para poder as ver tem de se permitir a mudar o foco de perspectiva para a grande visão, para o que não dizem com as palavras e receber as mensagens por meio da intuição. E o centro de tudo é que nós estamos em constante transformação, mas só em tese porque na realidade somos criaturas de hábitos, nos acostumamos, e estórias são criadas para que o protagonista se depare com a pergunta “quem sou eu?” e aceite o que quer que aconteça com ele, e na maioria das vezes são mundos fantásticos e alegóricos cheios de monstros e temas tabu contadas de forma subliminar.


E me fascina o modo como você faz pra "entrar" no personagem porque a realidade do personagem é completamente diferente do mundo que vive e o modo que deve decorar as falas, no momento seguinte às dizer com tal sinceridade, as fazerem sentir reais. E no final, não é a linha que as separa porque de algum jeito a vida se permeia da verdade mas ela só pode ser escolhida no momento que deixa de tentar controlar como ela pode ser expressada, não é as palavras, está nos símbolos, nas repetições. Quanto mais atmosfera visual, a sensação despejada do universo por meio de ligação histórica, de espaço-tempo, mais simbolismo e novas formas de explorar os paradigmas.


"O lado sombrio da lua. Toda vez que a escuridão vem, te faz lembrar. Todas aquelas noites voltam em um segundo e você se vê envolvido de trevas. Não consegue respirar e os gritos são incessantes, imparáveis. Você perdeu o controle. O teve algum dia? Talvez a única coisa que sempre o movia era essas centelhas da Voz sobre você. Te fazem perder a visão e enxergar novamente, nunca foi realmente para te fazer mal e sim para iluminar.

Está preso ao chão, não consegue desprender do que já conhece também. Imaginar um refúgio, um sonho tão real quanto a realidade. São estes os sonhos de seu coração? Eles estão lá, dizendo de um lado "Você tem de crescer! Não pode ficar longe de todos nós, não faz bem a si mesmo. É isso que quer mesmo?" e do outro "Você consegue viver a vida da forma que quiser, tem o poder de criar. Se consegue ver, não há forma de não ser seu."

Eu concordei com tudo isso mesmo? Não consigo me lembrar, mas faz sentido. Coincidências não existem. Onde está a chave? O equilíbrio para o mundo e a imaginação? Serão as palavras? Que tal a arte? O amor? " — Riddler by Yuki.


Uma introdução para o estudo profundo que fiz da storyline de Edward Nygma em Gotham, colocando algumas das minhas anotações que fiz sobre as características no universo de Batman a algumas estações atrás.


Riddler.

Note S01EP05

É interessante colocar em perspectiva o fato de que, Ed sempre foi muito fascinado nos detalhes de um crime, no caso, ele se sente bem e fica animado em ver situações extremamente singulares, mas toda vez que ele tenta falar sobre com entusiasmo. Ele não é propriamente escutado, é como não se sentir parte de algum lugar. Ele é curioso e não entende porque coisas assim não são na realidade usuais. É como algum tema que as pessoas não falam sobre, porque falar ou agir de certa forma é inapropriado. O que é peculiar fascina ele.

Note S01EP15

E aí temos a primeira cena de Ed com o Oswald. É um detalhe, mas na realidade a primeira pessoa a se interessar foi o Nygma. E depois de todas as vezes em que Ed teve de se comprimir dentro dele mesmo para fazer parte de algo que não ressoa, que não compreende a genialidade do mesmo, essa foi a primeira vez que alguém, Oswald, não diz algo como "você deveria fazer isso" ou "você é aquilo." Oswald apenas pergunta a ele "quem ele é." Nesse momento Oswald já tem todo o desenvolvimento como Pinguim, e Ed diz saber quem ele é e nesse momento Os está convicto de si mesmo. Ed tem respeito e uma certa adoração por Oswald, e mesmo Ed se afastando, momentos depois Os se aproxima como se finalmente alguém não o fizesse se sentir inapropriado, ele não julga Ed.

Note S01EP15

Nós começamos a ver a personalidade dividida de Ed, que eu acredito ser os sentimentos como "Ed" e "Charada" como a mente. Veja, tanto os sentimentos e os pensamentos, todo o "ruído" faz a sua visão embaçar. É o primeiro estágio para o conhecimento de si mesmo. No começo é puro ruído, e é alto e transbordando de emoções. E tudo isso está fora de você, o que o outro pensa de você. Tudo que Ed Nygma faz é feito vitalmente por emoções fortes, mas completamente inconsciente do ato, racionalmente ele pensa ser tudo extremamente considerado e manuseado.

E Charada é como, bom, a sombra, o reflexo. A parte subconsciente, ele quer somente se divertir, geralmente esse é o momento onde você descobre que tem algo dentro de você que sempre esteve lá é a sua intuição, ou a inteligência do seu corpo, alguma coisa espiritual. Em primeira instância tudo que te ensinam faz você se separar, tudo que dizem pra você é sobre como ser você não é suficiente, você tem que ser melhor e isso requer ser como todo mundo e agir de um modo em que simplesmente faz você ficar longe de tudo que você ama, de tudo que faz você ser você.

Charada é a realização de quê essa parte de você sempre vai estar ali, e mesmo que tudo que Ed diz é "Ela não irá gostar de você." não é sobre o outro, e nunca foi.



Note S02EP06

"Eu sinto como se ele estivesse escondendo algo."

Essa reflexão para mim mostra como Ed não pode fugir de quem ele realmente é, e mesmo que diga o que ele deve fazer. Isso não mudará o fato no qual não importa como o outro reaja, é quem você é e deve o fazer apesar do que o outro pensa.

Ele tenta evitar a verdade mas tudo que aconteceu com ele e a Kristen parece um pouco torcido de alguma forma, não faz o menor sentido de algum modo, ela diz coisas que não estão alinhadas às coisas que ela faz, não existe de algum modo uma sinergia. No entanto, isso não quer dizer que Ed também não esteja espelhando, ele diz coisas que não condizem com o modo como ele age. Ele ainda não entrou em completo balanço com essas forças dentro dele. O modo como o óculos dele cai ou o próprio enforcamento, ele está tentando fazer Kristen ouvir mas ele mesmo não consegue ouvir a si próprio, ele está preocupado demais com o que outro pensa de si para realizar quem ele é. "Eu nem sei quem você é." é tudo sobre isso.

Note S02EP07

"Você é só uma invenção da minha imaginação." e é exatamente o que Charada significa, o lado lunar, o espírito. Para criar tudo começa na imaginação e só assim você pode lembrar quem realmente é. Criamos a realidade ao nosso redor e Charada está tentando fazer com que Ed se lembre disso.

"Ficar à beira da incerteza e perscrutando o vazio. " o desconhecido, a adrenalina. Quando você sabe quem você é, ou o que você quer tudo que sente quando está neste lugar é puro êxtase. E nós evitamos ouvir a voz dentro de nós mesmos porque é assustador, ninguém te ensina a confiar na sua intuição e quando o vazio, o silêncio, a música que ecoa em tudo que é, esse é o momento em que fica na beira de tudo, sentindo tudo. E você deve sentir e não se sentir preso, não se identificar ao que vem a você. É linhas entrelaçadas entre as outras, mas é quando você sabe que não pode dizer ao outro, é seu e os outros devem encontrar em si mesmos. Você finalmente começa a viver o presente completamente. "Beautiful." A alma só conhece beleza. E agora ele se encontra completo.

Note S02EP09

O começo da relação de Oswald com Edward foi uma afirmação na qual se prolongou em tudo que aconteceu entre eles. "Você acredita em destino, Senhor Pinguim?" Os sempre está muito preocupado com o que os outros querem dele, ou as intenções que na maioria das vezes são de fato, egoístas. Oswald nunca foi tratado com genuíno respeito, abordado de igual pra igual, e Ed foi a primeira pessoa que realmente demonstrou apenas admiração. Realmente me fascina e me chama muita atenção como Ed sempre foi muito respeitoso em relação a Oswald. O jeito como Oswald o olhava de cima abaixo, ele não consegue ver muito sentido e Ed simplesmente expressando estar entusiasmado e genuinamente preocupado em relação a Oswald acreditar que ele podia fazer qualquer mal a ele.

Ele falava com Oswald completamente entusiasmado. E veja, tudo envolta de Ed revolve de alguma forma com amor e sempre acaba voltando pra isso, se tem alguém que poderia mostrar pra ele o caminho é Oswald. Ele pode ser ele mesmo com Oswald. Os dois o fazem de algum modo sempre muito carregado emocionalmente, e o amor, o verdadeiro amor é aquele que é livre da tentativa de ser algo que você não pode ser, é exatamente o que Ed fala para Oswald, um homem livre.

Acredito que desde o começo foi dito, de alguma forma eles serem livres das projeções das outras pessoas sobre eles os fizeram encontrar um ao outro, alguém que realmente ouve sua melodia e te aceita por quem você é. Quando Ed contou para Kristen quem ele era, ela não entendeu e o julgou, mas Oswald não o fez. Toda vez que Ed conta a ele uma charada ele diz não se importar mas sempre acaba se aproximando dele mais e mais.

Note S02EP11-17

Fazendo uma pequena observação também temos o primeiro encontro de Lucius Fox e Ed, que acaba sendo alguém no enredo de Ed. E apontando também para todas as vezes que Ed e Oswald conversam, Nygma sempre sorri pra ele, o que geralmente ele não faz com mais ninguém ou fez que não fosse tão genuinamente assim como é com Os, e não de algum modo aliviando o ambiente. Nygma se importa com o Oswald, como ele está e se ele pode fazer algo por ele, de algum modo acredito que Ed começou a "entender" como ele se sente em relação a Oswald por volta deste momento. Eu realmente acredito que Edward foi o primeiro a se envolver em ser "amantes" desde o início. E eu não quero dizer do modo romântico como Pinguim mais pra frente, mas num modo que quando você encontra o amor verdadeiro, livre e o mais próximo deste é de fato, além do "amor" que vendem e o modo como Ed amolece complemente perto de Oswald.

E eu tenho que dizer, o primeiro crime de Ed simplesmente me encantou. De fato o Charada é muito performático, ele se sente animado em fazer um show e parte disso tem haver com as artes e linguagens. E ele em si, se não o único supervilão da DC que não está interessado em poder mas sim em conhecer a si mesmo. Fazer perguntas sobre si mesmo e tudo à volta dele. Em relação a Coringa, Coringa sabe quem ele é e o sistema, e ele é o ponto zero, completo caos mas Charada, é a pergunta quem somos nós?

O episódio quatorze é um ponto de inflexão, é o especial para mim em relação a Gotham em um todo. Quando Bruce encontra aquele que matou os pais dele, a conversa entre os dois me marcou, e de algum modo acabou sendo algo muito importante para o desenvolvimento do caso de Edward e o primeiro crime dele. "Eu queria que você fosse um monstro, mas é apenas um homem."

E isso espelha em Ed, ele ainda continua preocupado sobre o outro mas de algum modo agora ele aceitou um pouco mais quem ele é, as ações ainda são determinadas pelo o que outro pensa sobre ele, mas ele continua se transformando de várias formas e mesmo cometendo erros, ele está bem com o "monstro" que há nele.


Na tentativa de manter tudo aquilo que fica nas sombras, nós criamos identidades e separamos as partes incontroláveis e damos elas a criaturas monstruosas. Mas a divindade que há em cada um de nós, a essência divina não poderia criar se não pudesse ser também destrutiva, se não pudesse criar buracos negros.

Eu não sei como colocar em palavras, mas o ator que interpreta Ed fez um sutil e leve movimento entre "Ed" e "Nygma". Ed normalmente é muito entusiasmado e "positivo", e Nygma é meio meticuloso e "negativo", a voz dele simplesmente profunda. É um detalhe pequeno mas geralmente essa mudança de comportamento mostra a personalidade dividida de Ed. Essa é a guerra que nós temos dentro de nós mesmos todo o tempo, incapazes de admitir a nossa verdadeira natureza, que é tanto a luz quanto a sombra. E nesse caso como as charadas sempre tem uma conotação espiritual e molda todo o arco. A charada era sobre a morte, e a morte é um dos temas em que não falamos e mantemos nas sombras, no entanto, ela tem tudo haver com a nossa essência, nós morremos incontáveis vezes durante uma vida, e a necessidade de Ed de simplesmente seguir em frente quanto a Kristen. Ele quer dizer quem ele é e de alguma forma ele fez isso, tudo isso para ser “descoberto” não conscientemente mas simbolicamente se relacionando as outras energias dos temas de "morte, renascimento, sombras, subconsciente, loucura." é tipo uma "liberação" e outra transformação. "Finalmente admitindo a verdade para mim mesmo." "Tem um monstro dentro de todos nós, de todas as pessoas Jim, você deveria saber disso."

É super fascinante como Ed agora está completamente consciente das intenções das pessoas quanto a ele, ele consegue ler a energia envolta dele, mesmo que por um momento ele tente manipular os arredores um passo por vez ele não é mais levado pelo ruído ao redor dele. E isso, é uma ótimo trabalho em desenvolvimento de personagem, é muito espiritual.

Em momentos anteriores enquanto Ed apontava para Jim como ser "psicopata" era uma palavra muito forte. Acredito que em parte Nygma quer ser visto não como alguém que faz tudo sem propriamente um sentido, e não porque a conotação da palavra seja essa, mas em si, ele não está fora de si, ele está extremamente consciente disso. Aconteceu a charada do relógio, o tempo, e quanto mais ele se aproxima dessa transformação você consegue perceber uma mudança na passagem do tempo. É mais forte, mais na energia dele.

Note S02EP19

Uma coisa sobre o Ed é como ele consegue ver através das pessoas, e enquanto ele estava no Arkham ele leu todos os pacientes de modo bem delicado. Ele de verdade se interessa pelas "personalidades" e o porquê das pessoas fazerem o que fazem, ele gosta de estudar as façanhas humanas. Ele faz as pessoas encontrarem a si mesmas, se lembrarem de quem elas são, porque ele mesmo está procurando a si mesmo. É um grande quebra-cabeça. E teve isso sobre o Strange chamar Ed de Shaman, ou um bruxo doutor. É um detalhe mas acredito que, a performance e o mundo espiritual, a intuição tem uma conexão com o Ed, esses dois mundos dentro dele.



Note S03EP01/03

Durante o tempo de Ed em Arkham ele contou apenas uma charada e a resposta para ela é "ajuda'', e foi exatamente o que aconteceu tempo depois. Oswald veio ajudar Edward.

E eles fizeram essa coisa de se espelhar, os dois chamando um ao outro por coisas como "amigo" com Oswald ou o Ed sendo gentil e educado, e depois pedirem para chamar pelo primeiro nome. Também pensando como ele tratou Oswald, acredito que seja o fato de Ed ter dito a Oswald diretamente sobre a fraqueza dos dois, ou dizendo que estava desconfortável com o "novo" Oswald. E se você pensar por um momento Ed o considerar tanto, e como isso tem tudo haver com desenvolvimento dele, a sensação de ouvir constantemente o que deveria ser ou como agir, as pessoas o chamando por apelidos ou apontando algo, os julgando. E ele fez isso com o Oswald mas sem qualquer modo de o fazer sentir invadido, mas na tentativa de fazer Oswald acordar para si mesmo. Na visita de Oswald, acredito que mais ou menos nesse momento Oswald começou a entender que estava começando a sentir alguma coisa por Edward, e para ser sincera como alguém não o faria? Ed está sempre ajudando ele, mesmo durante a passagem dele em Arkham, Ed tinha formas e jeitos de dizer como ele o tinha, o fazia lembrar disso. Ed guia as pessoas, ele é um bom observador e toda vez ele dá a visão a Oswald. E o Os começou a realizar que Ed o faz simplesmente bem, e ele sempre mantém o Oswald in check, o lembrando do que ele vê no Oswald. Quando Ed pergunta porque ele estava sendo tão gentil já estava acontecendo, e eu chego a conclusão que talvez os dois tenham percebido essa sinergia praticamente ao mesmo tempo. Com o Oswald liberando Ed de Arkham, foi pro Nygma e a pergunta direcionada a Oswald sobre a gentileza, foi para o Oswald.

Note S03EP04

Nesse momento, praticamente o jeito que Ed sorri para Oswald é o suficiente para se ter certeza que Edward quer dizer algo com as ações. Os dois se comunicam de formas diferentes mas com Oswald é um pouco mais direto, um pouco mais aparente, se comunicando com o olhar e várias vezes ele ficava um pouco perdido enquanto Edward mostrava entusiasmo, e como Ed estava feliz por Oswald receber toda aquela atenção, e é exatamente o lugar onde Ed se sente confortável, as coisas que o empolga e como pra ele é importante mostrar como se deve lembrar do poder que há em todos nós, confiar em nós mesmos. Ele se comunica através dessas mensagens de autoconhecimento e a charada da vez é literalmente “amor” a resposta. Você se sentir apaixonado por outra pessoa que está recebendo amor, é como o amor que é livre, o amor incondicional se expressa. "E é por isso que você deve tirar Butch." O jeito como Oswald sente segurança quando diz com todo o coração que quer realmente aquilo pra ele e tudo que Ed faz é pelo o Oswald, e a charada, o modo como ele aponta para os olhos do Oswald e ele olhando nos dele. Nygma foi o primeiro a direcionar toda essa atenção e admiração, sempre foi, mas como ele expressa de um modo mais simbólico o Oswald é o oposto disso. E em teoria, Nygma sentiu alguma conexão com Oswald, eu acredito que foi ao mesmo tempo mas para mim não foi questão do Oswald dizer, mas sim, tudo que Ed Nygma fez simplesmente diz apenas uma coisa e sempre vai girar em torno disso que nós chamamos de além do amor, apenas a usamos porque é a única palavra que pode chegar o mais próximo, mas algo maior do que isso, uma sensação de que é apenas você em outra pessoa. E mais do que nunca esse foi o momento, o pico onde eu acho que particularmente Oswald se sentiu amado como nunca, como uma onda e se chocando contra ele. Essa foi a primeira sensação que Ed teve quando ele esteve no próprio vazio dele mesmo, de não ter que se proteger e se envolver do desconhecido, a excitação. Só é necessário apenas que alguém acredite em você, em sua própria força interior, em quem você é de verdade e que apenas ressoa a mesma música que você, que está em sincronia.

Note S03EP05

"Qualquer coisa por você."

Primeiro de tudo, uma coisa que acabei encontrando e descobrindo não exatamente recentemente mas em relação a Nygma, o significado do nome "Edward" é guarda, protetor de riquezas no caso, um guardião. E é engraçado que de fato, o que o Ed faz é proteger o Oswald durante o percurso, você pode até dizer que em alguns momentos isso não é exatamente verdade. Mas de forma ou de outra as ações figurativas e símbolos de "se lembre de quem você é'' é uma forma de proteger você, de lhe dar a visão. No entanto, a primeira coisa que acontece entre essa posição do Ed em relação a Oswald e Butch, é uma tensão. Ele não consegue suportar a ideia de ter que dividir esse lugar que tem ao lado de Oswald, de ser o protetor de Oswald, e logo depois tudo inverter de posição, mas ele mesmo não viu que fez a mesma coisa anteriormente.

"Num piscar de olhos./Sem pensar duas vezes." e eu acho que isso de alguma forma tem haver com a primeira charada que ele fez pro Oswald depois de sair de Arkham.

Tudo que ele faz depois é pra fazer o Oswald ter certeza de uma coisa, ele está ali pra proteger Oswald de tudo e qualquer coisa. Tem um olhar suave em direção ao Os, e o modo como ele coloca a mão no peito de Oswald o colocando sobre a proteção dele. Mesmo ele mantendo o Oswald na linha de fogo, ele sabe como as pessoas funcionam e ele usa isso em benefício do que Os significa pra ele mostrando isso às outras pessoas, mostrando pra elas como Edward em si o vê, os símbolos e as ações dele são pequenos raios de afirmações.

Até o modo como ele ri é de modo encantando, com uma garganta machucada ele simplesmente diz quantas vezes forem necessárias para demonstrar o que Oswald significa para ele, ao ponto de fazer qualquer por ele.

Isso tudo é porque Oswald sabe quem ele é, é como a relação de um rei e um guardião. A admiração do Ed só fez Oswald entender que eles têm uma ligação. Acho que esse é o momento que dá um círculo completo e os lados trocam porque isso se espelha enquanto Ed falava sobre tudo que Oswald tinha conseguido, a única coisa que ele pensava era em ter alguém ao lado dele para compartilhar, e a pessoa que estava ao lado dele era Edward. E no momento onde ele diz que a resposta é sim, eu ainda acho que tem uma conotação sútil, como alguém pode ser tão carinhoso quanto uma pessoa?

Note S03EP06-08

Uma coisa importante sobre a primeira interação entre Ed e Isabella. É que a voz e as ações de Edward mudam de certeza, profundidade para como ele era exatamente com a Kringle, ou quando ele estava no ruído. Tem o choque de ver a Isabella pela primeira vez e ela ter tanta semelhança com Kristen, mas ainda sim, o modo como ele diz o nome dela, voltando a agir de modo semelhante a como ele era antes, quando parte dele estava separado.

Eu fico pensando como poderia ter sido se Oswald não tivesse sabotado o carro da Isabella. Ed faria a mesma coisa que fez a Kristen? Porque a coisa de Isabella aconteceu de fato? E eu chego a conclusão de que, novamente, uma coisa não parece estar coesiva com a outra. Ela sim, parece querer fazer com que Ed supere o medo, mas tudo que parece para mim são resquícios da personalidade "brincar com fogo" que Kristen tinha. Ed nas primeiras horas com Isabella eles se parecem e se assemelham, mas eu sinto como se parte dele mesmo, parte de Ed poderia se manter escondida estando com Isabella e como se ela quisesse algo dele, no momento que ela se entristece quando ele está indo embora e o pequeno selar, como aconteceu, ele não olha pra trás e é apressado nos passos, a primeira pessoa que ele vai falar é com Oswald, em parte porque eles iriam jantar mas Ed depositou tudo que há nele no Oswald, é a inteligência do corpo dele alertando, procurando alguém para voltar ao centro dele.

Ed mais pra frente diz a Oswald que amor é sacrifício, mas se amor então é sacrifício isso significa esconder ou se desconectar de parte do que faz você, você? De fato o que é o amor nu e cru que nós estamos acostumados, tem algo mais? Algo além de ter de ser algo que você não é para agradar? Todos os momentos que Edward e Oswald passaram, mesmo depois dele ter matado Isabella, o "ruído" como chamo quando parte dele está em guerra consigo mesmo simplesmente não acontece porque não tem hierarquia apenas e absoluta admiração, apreço. E é certo que realmente parece que Isabella queria o amar mesmo com medo dele, entende? O fato dela sentir algo sobre ele que signifique algo que ele dá a ela, tudo já começa a estar fora do lugar. Oswald sente algo por Ed, mas Ed também sente, só que os dois não estão pedindo algo, mesmo que os dois sem exceção mostraram não querer "dividir" foi um espelhamento, uma transformação, um jeito de mostrar que estão sintonizados de alguma forma. E é claro, eu tenho que concordar que a coisa com a Isabella foi rápida e forte. Mas não foi sútil, foi completamente emocional e sangue quente, esse tipo químico só leva ao ruído, você deixa de escutar a sua intuição e se perde nessa obsessão que tem pela sensação dormente deste tipo de amor. Em fato, não tem nada de errado, mas depois que isso tudo se vai, se torna um círculo de conforto, de conformidade. Toda a coisa da Isabella me parece ser um modo do universo apenas dizer, ouça seu coração, você aprendeu a lição, você se lembra? E todo o pânico e o medo que Ed sentia, como ele estava sempre tentando se explicar era um sinal. É claro que ela sim, trouxe uma transformação para Ed e não era pra ele fugir da sensação. Mas ele tem que se lembrar, ele se tornou uma borboleta não pode ser uma larva novamente.

E é importante notar que mesmo o Ed falando sobre que ela pode estar certa como se de algum jeito era Kristen mas na verdade é apenas ele, se vendo no espelho e Oswald está bem na frente dele. E eu sei que Oswald está apenas sendo um pouco focado nos próprios interesses ele mesmo se pergunta porque a vida colocou ela no caminho dele de novo só pra a tirar. Porquê? E tudo se resume a isso. E ele momentos antes diz "para a proteger", e tem esse detalhe dos espelhos quando ele vê a Kristen.

Note S03EP09-14

Uma coisa fascinante sobre o Ed é que a morte expressada fora dele tem uma relação com a identidade dele. Se faz círculos envolta de amor e significado. E no momento que Ed vai ao lugar onde Kristen bateu o carro. Ele faz uma coisa interessante. A voz ao dizer "O tempo que te conheci era como um sonho." e o tom Ed, algo mais sentimental se torna profundo e áspero, o Nygma. "E agora eu estou acordado, eu gostaria de ter continuado a dormir." Nunca é o amor que ele deseja porque geralmente são como sonhos, o desejo ou a imagem que criará sobre uma pessoa, você se move de si mesmo para uma imagem “melhor” que coincide com a qual você acredita que é real. Esse padrão do qual Ed se move de um lado para o outro se repete durante toda a storyline dele, ele diz a si mesmo coisas e tenta acreditar nelas, mas aí ele fica separado, o coração e a mente se separam. No momento seguinte, quando ele foi até Oswald e dizer sobre o que ele tinha descoberto o modo como ele sempre, e sempre se move de acordo com a jura a Oswald, eu quero dizer que ele não olha o quadro antes de Oswald lhe dar permissão. É sútil, mas ele continua se expressando como um guardião. E no final, no momento que ele diz "Eu sabia que podia contar com você." ele move de Nygma para Ed, o coração, a expressão suaviza e o Oswald sente essa eletricidade momentos depois sorrindo. Veja, ele pode ser os dois com o Oswald.

Pontuando um fato sobre como Ed cura, o jeito que ele trabalha a perda ou os sentimentos dele, sempre é de modo deliberadamente analista e buscando o que eles significam no grande plano das coisas. Oswald sente uma coisa por vez e Ed precisa colocar cada peça no lugar, e inevitavelmente a busca dele em achar todas elas e dar significado a elas faz ele se deparar com a verdade mesmo ele gostando disso ou não.

E tudo se reflete no jeito que Ed vê o Oswald, em parte ele não consegue ver porque na posição do Ed, não é exatamente claro. Mas em relação ao jeito que ele tem contato com as próprias emoções, Oswald já possui um significado para ele, ele poderia ser rodeado de confidencialidade e apreço, Ed sente de forma diferente, expressa de forma diferente, ele não pode dizer, então ele apenas faz de modos complicados, cheio de detalhes.

Tem isso que eu percebi que depois que Nygma descobriu que Oswald estava por trás da morte de Isabella, ele não fez nenhuma charada, não estava se divertindo ou você sabe, fazendo uma performance; estando nos holofotes, e eu percebi que bom, parte deles foi domesticado. É profundamente pessoal e eu não acredito que seja por causa da Isabella, porque eu posso acreditar que Nygma sentiu tudo isso mas tem muito mais acontecendo, ele está sentindo todas essas coisas — e isso toma uma forma no modo como ele calculou tudo, ou o jeito que ele dizia fazer Oswald em pedaços, ele estava em todo lugar menos ali. Quando ele realmente está animado nos crimes, geralmente ele está apaixonado, exacerbado. Mas durante todo o processo da "vingança", ele sempre tinha o olhar desfocado. — e mesmo que ele tenha feito tudo aquilo para destruir Oswald eu acredito que foi uma coisa que Oswald precisava também. Nygma quase não faz nenhuma performance dramática, e mesmo que ele tenha dito "é muito fácil o entregar", que quer destruir Oswald. Para criar algo novo você tem de destruir, tem de renascer, o que funciona pra Ed? A morte expressada fora dele e para Oswald é a água, ou acreditarem que o Oswald foi derrubado mas ele sempre se levanta de novo. É profundamente pessoal porque ele faz ser pessoal, ele faz tudo para que seja. Tanto que anteriormente quando Oswald diz a ele que ele é o único melhor amigo que já teve, ele diz que Oswald também é pra ele, e para que ele não se esqueça disso. Nesta cena em especial quando Ed ouve Oswald falar as expressões dele suaviza.

Todas as coisas que Edward fez ou que pensou fazer, ele sabe no fundo que tudo revolve no que ele genuinamente sente por Oswald. — tanto que ele repete coisas como "A verdade é que você sacrificaria qualquer um pra salvar o próprio pescoço. Até mesmo eu." e quando ele diz isso, a expressão dele é em pedaços. Tudo isso tem haver com o grande plano dele, no qual realizei que a intenção não era matar o Oswald e nunca foi. De alguma forma, o subconsciente tomou o cursor e era a vez do Ed fazer o Oswald lembrar. Quase sempre na storyline Pinguim tenta ser presidente, ou tenta pegar a via mais segura. E a essência dele não se trata disso, ele tem que achar a autoridade dentro de si mesmo. — Aquela cena no carro, eu chuto dizer que ele mandou o segurança ir soltar ele, porque as coisas que ele diz é para desmantelar a ideia que Oswald tem de estar apaixonado por ele. Mas acredito que ele quer provas, e além disso tudo, os dois se conhecem ao ponto que eles são como um início e um fim pro outro. As frases no qual Oswald diz que no final ele ia acabar odiando a si mesmo se algo acontecesse, e o Ed o dizendo que ele não vai mudar, porque ele não pode. Tudo que Ed é tem duplo significado, ele queria tanto assustar quanto ameaçar o Oswald, mas o corpo dele continuava aproximando ou o tocando de alguma forma, e isso é o outro sentido de que ele mesmo não consegue acreditar, não quer acreditar mas ele está aberto a isso, não é exatamente uma coisa que ele se afasta, e isso fica claro na conversa onde Oswald prova a Ed.

Na verdade, era pro Pinguim ligar pro Nygma naquele momento, porque era o que ele faria se ele não tivesse aprendido a lição, se ele não tivesse mudado. Não é sobre o que foi abordado antes, ser eles mesmos não significa colocar uma faca no pescoço de alguém quando as coisas não saem como o planejado porque parece ser da natureza deles, mas sim ouvir o que um está tentando dizer ao outro por todo o caminho, o que um significa pro outro. E no final daquela conversa Edward fala algo especialmente interessante. "Porque eu não só queria tirar o que você tinha. Eu queria tirar o que você acreditava. Mas queria que morresse... Sabendo que você é incapaz de amar outra pessoa." Veja essa pausa, ele tenta se apoiar no Nygma mas aqui quem toma todo o volante é o Ed, é os sentimentos ao invés da mente. Tudo pode estar mascarado com o grande plano e tudo isso. Mas normalmente, quando alguém diz a você que ela te ama, você a questiona? Porque ele questionaria no princípio? No final, tudo isso estava focado em uma coisa, provar para Oswald — ou que eu acredito, pra ele mesmo. — que não era amor de que estávamos falando. No caso, Ed está questionando a si mesmo se ele acredita que isso pode ser real. Tanto que ele fala, "Eu… Não sei o que isso significa." e aqui nós damos uma volta completa, porque tudo pro Ed volta apenas para uma coisa, o que elas significam pra ele, e se não tivesse alguma coisa em tudo isso, um significado ele não daria atenção em primeiro lugar. Ele está questionando não só a Oswald mas também a si mesmo, se tem significado pra ele, se é verdadeiro.


Nygma estava frio e escuro como a noite. Sem cor, usando ternos com aquele tom de verde. Ele foi de suéteres e xadrez para um mais "decente". Foi para finalmente voltar para o centro, o centro dos dois. Para mudarem e levantarem para quem realmente eles são, com mais cor e mais verdadeiros com eles mesmos. As expressões de Ed são de um coração quebrado, mas diretamente relacionado a Oswald, ele não quer atirar no Oswald, ele realmente o ouve, mas ele precisa fazer para encontrar quem realmente ele é.

No momento que ele abriu os olhos para a imagem que tinha do Oswald, ele percebeu que tinha que ir além, superar o Oswald como mentor ou ele como guardião e agora se tornar algo que Oswald poderia se refletir. Se ele realmente quisesse matar o Oswald, coisa que nenhum dos movimentos ou expressões que ele fez estavam de acordo, ele teria atirado em algum lugar mais preciso. Quando Ed está deparado com alguma coisa que ele desconhecia em si mesmo, as ações quase nunca estão em conexão com o coração dele. As mãos começam a tremer e ele sabe de verdade o que o corpo dele está dizendo, mas ele precisa fazer algo. Ele tem não têm? Ele não pode desviar porque é demais para ele suportar e Oswald é uma onda de emoções avassaladoras que ele não sabe como lidar. A cena continua até Oswald cair na água, ele tinha que convencer o Oswald, mas no momento que ele está lá descendo para o fundo e a expressão de Ed é de lamento. Ele não sabe ainda, ele não está pronto ainda e de algum modo ele sabe o que isso vai custar pra ele. Ed não aprendeu a lição dele, ele caiu na tentativa de "cobrir tudo" e ignorar os sinais.

Note S03EP15

A experiência que tive ao assistir esse episódio foi simplesmente incrível. A primeira charada que Nygma fez com a resposta "solidão" pra mim quando eu a ouvi a única coisa que passou por mim foi amor. E agora consigo ver como a mesma charada que Ed fez para Oswald a resposta também era amor. Tudo se volta a isso e logo depois ele faz uma charada na qual a resposta é "indivíduo''. Quando eu a ouvi, eu percebi que podia ser algo como "consciência" ou "observar" e em tese um indivíduo é um ser que possui um mente alerta e a charada é algo como ser parte de um grupo mas que nunca se mistura. E isso me faz pensar sobre a própria simulação da realidade. Nós percebemos a realidade como se cada indivíduo estivesse separado, mas quando você vai até o centro de tudo, percebe que não há separação entre você e o outro. Quando ele diz como Oswald falou sobre como não há Edward Nygma sem Pinguim, e eu logo depois percebi que Edward na verdade confirma isso na conversa induzida, ele sabe que isso é verdade, tanto que ele logo fala “Saber quem eu sou… E saber como ser ele, são coisas separadas.” quem ele é está profundamente ligado ao Oswald mas também acredito que seja um modo de explorar essa pessoa que todos nós estamos em busca de se tornar, uma versão melhor de si mesmo. Outras confirmações acontecessem durante o episódio, como eles fazendo o movimento sincronizado

Eu anteriormente pontuei que ele tinha ficado consciente sobre a imagem que ele tinha do Oswald, dele ser um guia pra ele, e ele tinha que ir além disso, todo esse processo de ser o Charada implica superar a busca por uma força externa e encontrar a bússola em si mesmo.

Ele sabe quem ele é, mas saber e ser ele são duas coisas diferentes e isso é um espelho, que foi exatamente a resposta que pensei sobre a última charada, que era no caso "reflexo". Esse espelhamento é o coração, do caminho da iluminação, a realidade só tem um propósito, para voltar a si mesmo. As pessoas te guiam, e nós guiamos os outros ao nosso redor, nós somos os anjos uns dos outros. Mas esse caminho só pode ser andando por você, é solitário, mas não significa que é sozinho, e não só pelo fato de que existem pessoas ao seu redor te apoiando é claro que tem. Mas porque em essência, nunca estivemos separados — e veja, é incrível como Oswald está sendo uma projeção da mente dele, “sendo ele”. — e isso vai direto para o conjunto das charadas: os sentimentos, a mente e a realidade percebida daquele que observa, a “ilusão”, estão fazendo efeitos energéticos no mundo material o tempo todo. E que todas essas coisas vem de apenas uma fonte.

Todo esse ponto é confirmado como Pinguim dizendo que ninguém pode ajudar ele. “Encare a verdade.”

Todas as cenas seguintes e mesmo nas interações mais pra frente são moldadas por essa cena no qual Pinguim canta a música "Alone". Veja, você pode ver a alma ou a intenção de uma criação apenas pela necessidade dela de se expressar através do canto, do corpo. E a música é cantada pelo Pinguim mas você se lembra que é uma parte dele, de Ed. Uma parte que está nas sombras, no subconsciente, nos sonhos. Ele busca renascer, fazer algo para ser outra pessoa que ele quer ser. Mas ele já é essa pessoa, o que ele apenas precisa fazer é se expressar e essa necessidade se mostrou naquela cena. E a gente sempre busca se entorpecer, a busca para provar que somos suficientes para ser aquilo que desejamos mas de nada precisamos fazer. Esse é modo que Nygma floresce diante Pinguim, ele não faz mais isso pelos outros, não faz isso mais pela necessidade de aprovação, mas apenas realiza em si mesmo que apenas precisa ser ele mesmo. Mas isso é um processo que se estende até o final. Várias vezes que ele precisa ouvir e encarar o efeito que Pinguim causa nele, ele treme e tenta fugir ancorado na "lógica" de seus atos. E isso são sinais no qual ele precisa sentir e parar de evitar, de dar a ele mesmo a aprovação que ele precisa para apenas ser.

Fox vê a realidade de uma perspectiva positiva e Ed está vendo de uma perspectiva negativa trazendo o equilíbrio das forças. E não é uma questão de ver o mundo de uma maneira boa ou de uma maneira ruim. Se você olhar mais com cuidado "amor" e "solidão" não são opostos, na verdade o amor livre é aquele que você sabe que é um caminho solitário mas você ama incondicionalmente, não desejando algo do outro apenas deixando que os sentimentos venham até você. Não estão separados, são a mesma coisa, apenas estados diferentes. E o indivíduo ou na minha percepção, consciência, na charada parecem estar separados mas na verdade nós estamos todo o tempo por meio do campo unificado em constante comunicação. Se abrirmos mais nossa percepção, tanto a ciência quanto a espiritualidade nos dizem que existe uma força ou fonte que apenas se expandiu em tudo que é para criar através de ciclos. No caso, novas coisas que pareciam ser separadas foram se comunicando para dar vida a coisas desconhecidas. Nem isso e nem aquilo, algo novo. Assim dando a possibilidade de ver a realidade de um novo modo. As energias interiores fazendo efeito na realidade material, o reflexo que nada mais é o que apenas tem dentro de si mesmo.

E toda a conversa com Lucius no final faz perfeito sentido. "Você sempre foi Foxy, Foxy?"

Riddler nunca foi alguém que Nygma precisava se tornar, ele sempre foi o Charada. O que ele precisava fazer era apenas dar a ele a confirmação que ele precisava, o lugar seguro, a apreciação. Ele precisava criar a si mesmo um lugar onde pudesse ser completamente a si mesmo. O que Nygma desejava já existia e sempre existiu nas palavras: "Toda a minha vida eu sentia que tinha alguém dentro de mim, mais forte e mais inteligente."

Fox foi o espelho que ele precisava para voltar a si mesmo e perceber que ele precisa ser aquele que ouvia o que a criança interior dele precisava, de um lugar seguro e sem julgamentos onde ele poderia ser apenas a ele mesmo. E a expressão dele sorridente e completamente na energia dele é uma expressão corporal sutil mas que mostra como ele sabe disso, e momentos depois Fox mostra ele a sombra, a insanidade que pode ser expressada como o mundo lunar, o coração. Nygma não tentou fugir ele admitiu o tempo que se entorpeceu e buscou afirmações fora dele. E como "matar" essa parte dele, Pinguim, era um modo de evitar encarar a dor, ou trabalho interior de se sentar com as sombras que emergiram no processo. Isso mostra que ele não precisa provar Fox de como ele é suficiente e que a visão do mundo dele é a certa ou a errada. Ser quem você é, é saber que você só irá encontrar o espaço que precisa para ser quem é dentro de você. E essa espaço significa lhe dar atenção que precisou toda a sua a vida e ouvir o que sua criança está tentando te dizer, saberá o que fazer depois. Nygma não precisou aprender nenhuma lição, nós não precisamos de fazer algo ou de alguém, uma afirmação de que temos o que é preciso. O que ele precisou era se permitir ser ele mesmo. E temos minha frase favorita de toda série. "Ah, vamos lá, Foxy. Eu sou o Charada."

Note S03EP21

Nos episódios anteriores vemos mais um desenvolvimento focado no plot de Gotham como um todo. Mas é interessante pontuar sobre a relação de “trabalho” entre Nygma e Bárbara. Nygma sempre faz do jeito dele, ele faz as performances e as produções, era mais intrapessoal. Ele se envolve das pinturas, os globos brilhantes, as peças. E o Charada como vilão sempre vai se atrair aos segredos de Gotham, a verdade por trás da elite e do sistema, e é por isso que o personagem sempre tem espaço para estudo profundo sobre quem nós somos e como essa relação “intrapessoal” reflete para o exterior. Ele se torna um símbolo aqui, das questões do íntimo. Isso prova que agora ele floresceu mais na própria essência e que mesmo estando envolvido da energia coletiva vai sempre se lembrar de dar ele mesmo o espaço que precisa para apenas ser.

O personagem de Edward foca em uma pessoa de cada vez e é por isso que quando está sozinho com alguém, tem um tom mais focado e com mais espaço para revelar as repetições e ciclos.

A gente volta para o círculo se fechando nas últimas conversas entre ele e Oswald. Oswald aprendeu a lição dele sobre falhar, sobre ser “castrado”. Isso não determina ele, o que determina ele é como ele levanta depois que cai. Isso é parte do personagem de Oswald como Pinguim, e mesmo que o Oswald seja as emoções é especialmente a coisa que faz do Os ser forte. Dessa vez, ele usou as emoções como bússola de uma forma que fizesse com que ele ficasse por cima. Todo o processo ele estava extremamente consciente do lugar que estava e da posição que ele preenche, e isso é até refrescante de ver. Oswald estava fazendo o que Ed fez por ele no outro ciclo, o elemento alquímico que Ed precisava para saber que ele mesmo também não irá mudar. Ele não precisa provar que é o Riddler, ele sempre foi e mesmo que o Oswald se recuse a dizer “Charada”, o fato dele chamar Ed pelo nome é porque Nygma precisa só de ser ele mesmo, não há separação entre “Nygma” e “Charada”, nunca houve foi apenas ele impedindo de ser completamente a si mesmo. Ele não tem que fazer alguma coisa para isso, que como disse, é um processo.



Note S04EP11

Nygma ficou limitado a interações com a Lee, até esse momento onde ele pela última vez tenta ser alguém que ele não é para agradar. A tentativa do controle, a repetição onde alguém quer algo do Nygma, sendo Lee agora o truque. Você aprendeu Edward Nygma? O amor sempre vai ser o lugar onde vai voltar, porque é onde a “voz”, o ruído pode tentar tirar ele do centro. É algo que faz parte do personagem dele, durante toda a storyline esse ciclo vem com novas facetas porque é algo que Ed é atraído, ele se encanta pelo o amor porque ele genuinamente se importa, porque ele se enche de entusiasmo pela expressão, pela performance, pelo ato, e tudo isso foi pelo amor e sempre vai ser sobre isso porque a alma só conhece beleza.

Dessa vez não foi fervente, ou um pedestal mas uma coisa ainda mais astuta, uma armadilha ainda mais sombria. Alguém dizendo a ti o que é e o que não é saudável para você. Nós temos uma longa história onde estamos acostumados a dar autoridade a outra pessoa, que no caso, deveria ser direcionada a autoridade dentro de cada um de nós. Damos a um governo, a uma medicina, a um modo de vida onde algo fora de nós pode resolver instantaneamente o “sistema” e nos mantém em uma posição na qual nós não questionamos. É uma lição coletiva que temos de aprender juntos e acho isso extremamente fascinante ser abordado nesse momento. Porque agora ele é um símbolo, e ele está nesse processo de saber que só ele pode se permitir ser ele mesmo.


Note S04EP12-15

E aqui respondemos aquela perguntinha, aquela charada que fiz que ficou sem ser resolvida. Se Os não tivesse matado a Isabella, o que poderia ter acontecido? A verdade é que não importa quem ou o que cometeu o crime, Ed tem de aprender que o amor não é exatamente a fraqueza dele, mas aquele do qual as pessoas colocam expectativas sobre ele pode tirar esse centro dele e a saída é transformação, é a morte expressada fora dele. Tanto que Ed, inusitadamente tiraria a própria vida, e eu acredito que é apenas um símbolo de como nós sacrificamos quem somos para ser aceito, escondemos parte de nós mesmos e nos comprimimos.

Ed se apaixona facilmente porque para ele é simplesmente lindo poder observar o porquê as pessoas fazem o que fazem e os seus motivos, e Lee está vivendo por uma causa na qual implica verdade, coragem e lealdade. Não é atoa que ele caiu de amores.

Vocês lembram quando disse que a música “Alone” seria o que iria moldar as interações seguintes e como “solidão” e “amor” na verdade não são opostos? O amor livre, de fato, é um caminho solitário.

“The capacity to be alone is the capacity to love. It may look paradoxical to you, but it’s not. It is an existential truth: only those people who are capable of being alone are capable of love, of sharing, of going into the deepest core of another person–without possessing the other, without becoming dependent on the other, without reducing the other to a thing, and without becoming addicted to the other. They allow the other absolute freedom, because they know that if the other leaves, they will be as happy as they are now. Their happiness cannot be taken by the other, because it is not given by the other.” - Osho.

E naquela pequena cena onde Ed vai até Arkham só pra dizer que Oswald estava sozinho, ele sempre nesses momentos oportunos tenta procurar Oswald, a inteligência do corpo, o alerta de perigo. E é sempre o subconsciente dele, O Riddler. E é tão suave como eles estão conversando e Ed fica tentando dizer coisas com linguagem corporal, a batidinha na mesa e você vê ele colocando o pinguim enquanto a atenção de Os estava em outro lugar. Oswald sente com os sentidos, Nygma nunca faz as coisas sem que haja um motivo por trás delas, tanto que anteriormente Ed até mesmo disse que se vangloriar era uma das qualidades menos atrativas de Oswald, porque ele mesmo agiria de tal modo? É tudo uma forma de expressar “Não ouve o que estou dizendo, mas sim o que está sendo expressado naquilo que faço.” esse sempre foi um ponto importante da sinergia dos dois.

Oswald fez isso quando fez Ed acreditar que estava no controle quando tentou atirar ele no rio pela segunda vez. Usava as emoções mas cada palavra dizia como ele não conseguiu se tornar o Riddler, que ele não havia terminado o que começou. E para Ed as emoções nunca foi o forte dele, é sempre o corpo ou alguma energia sutil.


E eu tenho que pontuar como eu gosto dessa mudança no modo como Nygma “troca” entre Ed e o Charada. Como estar um pouco bagunçado e uma voz mais suave representa o consciente, e a voz mais rouca e vestimentas mais “calculistas”, o Charada. Isso só demonstra como mesmo Nygma não sendo consciente emocionalmente, ele praticamente todo tempo está consciente do corpo, o que ele veste ou se coloca visualmente significa exponencialmente. Tanto que há uma certa diferença nos ternos que o Ed e o “Riddler” usam, um é um esverdeado mais sombrio e outro mais forte e brilhante, o Charada até usa uma gravata de couro.

E tem isso sobre o Charada usar esse contexto “O que tem dois olhos, mas não consegue ver?” e eu ficava me perguntando o que isso significava, é claro que tem haver com Oswald falar com o Charada e o “libertar” em troca da liberdade de Oswald também e eu passei por isso também do Osho:

“It has not even to be verbalized, because to verbalize it is to profane it. It has to be a silent commitment; eye to eye, heart to heart, being to being. It has to be understood, not said. Forget relationships and learn how to relate.”

Eles sempre tiveram algo que ia além dos relacionamentos superficiais que vemos ser vendidos. É sobre os símbolos e como eles se relacionam, como os ciclos sempre se repetem mas o que fica é aquilo que muitas vezes não é dito. Personagens que vão além dos paradigmas da sociedade encontram formas de materializar essas distorções no qual foram criados e moldados. E usamos as palavras insano, loucura para algo que simplesmente fugimos, que não encaramos e está na raiz de tudo que não flui. Você tenta controlar aquilo que esconde de si mesmo e dos outros e se entorpece porque é doloroso olhar nos olhos naquilo que você faz de tudo para não tocar porque uma vez os outros te disseram que era uma loucura. E geralmente é aí que você tem que sentar e ouvir, é aí que as sombras submergem e é apenas sua criança interior pedindo atenção e a aceitação, o espaço que precisa para ser quem ela realmente é, quem você sempre foi.

Os dois libertam um ao outro porque eles são capazes de dar a liberdade necessária para serem quem eles são e não pedir nada um do outro, não ter expectativas quanto o outro. Tanto que isso se expressa quando Oswald o solta quando o chama pelo nome. Ele pontua como Lee fez o Ed mais forte, e Oswald não diz algo parecido como a Lee. “Porque eu estava com medo que se eu dissesse a você a verdade, você poderia voltar a quem era antes. O Charada, e eu gosto de quem você se tornou.” “Ed Nygma. O Ed que você era antes, meu amigo.” Tudo isso implica aqueles truques de antes, algo que Ed dá a Lee, uma versão final, como se ela soubesse quem ele é de verdade. Mas nós realmente não conhecemos uns aos outros, a mudança é a única constante. Só podemos conhecer o outro quando conhecemos a nós mesmos e isso é algo que se é sempre lembrado com Oswald. E lá naquela época antes dele voltar para si mesmo Lee fazia parte do ruído, e nada daquilo era capaz de dar espaço para que ele florescesse, que ele pudesse ser completamente ele mesmo. As frases implicam julgamento e uma versão fabricada do Ed, e a parte em que ela diz “meu amigo”. É algo em que Lee afirma algo onde ele se torna outro alguém, separado e isso é o relacionamento e não se relacionar, quando se relaciona não há separação, você é amor.

Oswald não expressa uma atitude para com o “Ed”, ele simplesmente diz “Eu vejo o seu outro eu.” veja, ele está lúcido, sabe que os dois não tem separação. E ainda sim a validação das duas partes, de “Ed” e “Riddler” é o que faz do personagem ter espaço para desenvolvimento profundo. E Oswald dá essa validação para ele não porque alguém tem de dar a Ed, mas porque Ed se sente no lugar seguro capaz de poder dar a ele o espaço, a apreciação. E a troca de olhares, essa intensidade e esse gatilho não é algo que faz ele entorpecido, ou que provoque o desequilíbrio no centro, porque é preciso que ele sinta o que ele está tentando fugir com tanta convicção. Ele está olhando pro reflexo dele. Está olhando a sombra, olhando aquilo que apenas precisa ser visto para que ele possa se permitir ser ele mesmo. Oswald não está separado dele e é por isso que ele incita não tocar, é por isso que quando ele diz “Eu preciso de você” é como se fosse uma voz interior, a própria criança interior apenas mostrando o caminho.

E o que temos logo depois? Isso mesmo, Ed buscando o Martin. E tudo se desenrola em como Oswald pergunta “Quem é ele de que ela está falando?” ou Ed não desistindo pelo Oswald. E em seguida, Oswald dizendo que confia no Ed. Teve várias charadas sobre promessa, confiança e mentira. É tudo que foi trabalhado entre ele e a Lee. Lee mentiu pra ele de várias maneiras como um meio. E Oswald cresceu dos próprios interesses e decidiu confiar em Ed acima de tudo.

Note S04EP17-19

Já a Lee continuou com o jogo perigoso. Ela representa todo o ruído em um só ato, e tudo que Ed faz é ficar cego para isso. “Ed” e “Nygma” estão com dificuldade, com a guerra interior e o conflito para “ver” que são a mesma pessoa, e a Lee é o nevoeiro porque Riddler está focado nela, e a mistura desses elementos só leva a uma coisa, transformação. Tanto que é por isso que Ed não responde a charada, ele finge não ver e estar consciente mas ele já vem de um longo e árduo caminho, e ele sabe que o amor, que esse tipo de “Eu te amo” é a dependência que a Lee fala a ele logo depois que Charada pergunta “O que eu sou pra você?”, ele se sente sem vida e tudo que ele está fazendo é para preencher os próprios objetivos da Lee. Não tem um motivo que realmente faça ele se sentir na própria energia, porque para ele o desenvolvimento da consciência, a mudança de perspectiva, a volta ao centro e a pergunta quem sou eu é o que motiva ele, sem isso ele fica amargurado.

Lá no começo eu disse que Ed era os sentimentos e que Charada era a mente. Mas a mente ela possui o subconsciente, então aqui, a gente vai bem mais profundo, na sombra. E todo esse processo é para revelar o condicionamento e as formas que encontra para se manter operando à vista sem que você perceba.

Lee literalmente usa ao favor dela, mas em nenhum momento ela usa a palavra amor, ela deixa que Nygma acredite nisso, e isso é extremamente polido e interessante porque é outra camada que a Lee expõe sobre os relacionamentos e como o foco no outro te faz longe de si mesmo, que palavras bonitas como “eu te amo”, “eu dependo de você”, "você é meu amigo. meu parceiro.” expressa separação, uma objetificação. E a gente faz de tudo para acreditar que o que fazemos para agradar é para o bem maior, mas isso só leva a quebra de confiança em nós mesmos e isso só refrata pra fora.

Ed está consciente de todo o processo, mas ele quer acreditar com todas as forças mesmo sabendo que não pode, os dois ficam enrolando um ao outro e olha só, é exatamente as duas coisas que Ed e Oswald dizem. Desde o momento que Lee abordou ele depois da rodada de charadas, Ed já estava super consciente e quando o Oswald estava dando ele conselhos, ele ouviu o Oswald cuidadosamente tanto que depois ele repete para si mesmo. Não acho que Ed mentiria de alguma forma, em nenhum momento durante o caminho Ed estava vivendo uma “mentira”, ele genuinamente adora a Lee, mas no fundo ele sabe que a Lee só está usando ele. E você cria o próprio nevoeiro, você se cega, Lee não pode ver porque ela faz parte do ruído, não está em sincronia. Ele pode tentar fingir que não está vendo, mas uma hora ou outra a gente encara que esse caminho sempre vai ser de volta para nós mesmos.

Lee é o estopim para que Nygma veja finalmente o que “Ed” falou para ele no espelho. “Porque logo, não terá mais como dizer onde você termina e eu começo.” E para mim essa é a frase perfeita, onde o coração e a mente não estão e nunca estiveram separados. Tanto os pensamentos, as ideias e os desejos do coração são divinos e não há separação entre eles. Oswald sempre e sempre esteve para o todo, para como Nygma se sentia para com ele mesmo. Ele era completo tanto quanto Oswald se via completo e na própria energia dele.

E isso se repete de novo e de novo. Tanto Jim quanto Lee recebem a mesma resposta da charada que Nygma faz a eles, “traição.” Mas eu tenho que dizer que se Charada tentasse calar completamente Ed, isso significaria não ser completamente ele mesmo, amor é o que faz vivo, e se não fosse pela paixão, nunca teria feito tais coisas com tal intensidade. Tanto Ed quanto Riddler não podem se expressar completamente quando estão sendo sufocados. E por tudo que é mais sagrado, Ed é muito bom em manusear energia, ele não estava demonstrando traição de nenhuma das partes, mas também não estava cego para os conselhos de Oswald e as intenções de Lee. E como disse os sentimentos que ele tem por Lee são genuínos, nunca é o que ele diz, e você pode perceber com facilidade, quando ele está interagindo e executando pedaços de uma grande imagem ele expressa pouca ou quase nenhum apego ao o que diz ou mesmo as expressões são monótonas, mas nelas possuem um conhecimento, uma sabedoria muito singular.

Ed sempre soube ver através das pessoas e as palavras que ele diz a Lee você consegue sentir um olhar terno, e é isso que me encanta no Nygma. Ele cai profundamente pelas pessoas e é sempre assim, e de uma forma única. E dessa vez, ele encontrou um meio no qual mesmo que a outra pessoa não sinta a mesma coisa eu acredito que ele sempre vai ter um espaço para Lee e eu consigo ver também que ali tanto Ed quando o Charada estão se misturando de alguma forma. E isso faz ele ficar mais brilhante como nunca e a frase "Edward Nygma, você é uma charada."

Note S04EP22

Aqui a gente já tem uma noção que todos os crimes de Ed são como jogos, e são uma pessoa por vez. Ele olha através das pessoas, e com isso ele precisa dar atenção uma pessoa por vez. Todas as outras vezes era sobre quem ele era, o que a pessoa significava para ele no caminho do autoconhecimento e acredito que a Lee não é diferente porque para ele, ela significa o estopim de tudo. Do ruído, do relacionamento focado na outra pessoa, naquela ideia na qual alguém te dá alguma coisa e você tem expectativas sobre ela, quem você quer que ela seja e que você depende dela. Ela é um pacote todo, e não é atoa que a traição foi para os dois lados porque na realidade, a única pessoa que estava sendo traída e criando a própria névoa. Quebrando a confiança, era o Nygma nele mesmo.

Ele esqueceu do centro e focou no que estava no exterior, na outra pessoa. Sinais repetiram tanto com Oswald quanto com Jim. O jogo da caça, do "amor" fabricado, uma bela obra de Shakespeare. O primeiro crime dos quadros foi Ed querendo ser exposto pelo Jim. E dessa vez, ele queria provar uma coisa que ele sabe que não é real, ele está fugindo dele mesmo. Um era literalmente uma obra de arte, cheio de enigmas, mas agora é apenas uma punição, e advinha, esmagando Jim, o comprimindo? Isso parece familiar? A morte expressada exteriormente significa transformação. Mas se ele faz algo que não está exatamente alinhado com quem ele é, ele apenas está expressando uma dor reprimida. Ele não tem que provar e ele também não tem de afirmar ao outro aquilo que ele acha ser ruim ou bom, Lee tem o próprio jeito de trabalhar com as sombras Ed não pode tentar mostrar o caminho se ela não está pedindo a ele, não está o invitando para isso.

E na cena final o diálogo pode ser visto de diferentes ângulos. Lee disse: "Eu estava oferecendo alguma coisa real, mas eu nunca ia ser o que você queria que eu fosse. De jeito ou de outro, você iria me matar. É apenas o que você faz."

O que ela oferecia era real, mas é aquele real que estamos acostumados, superficial e fabricado. E realmente dado a história de Ed isso nunca funcionou. O personagem dele é moldado a partir da observação dessas camadas. E o que Ed queria que ela fosse era algo como o símbolo que tanto ele quanto Oswald possuem, serem ferramentas para ir fundo naquilo que evitamos olhar nos olhos, que evitamos sentir ou iluminar. E Lee não segue esse caminho, e era isso que ia acontecer porque Ed não pode fugir de quem ele é, e ele pode tentar, mas de alguma forma a necessidade de transformação vai ser expressada e assim, a morte.

E o que significa quando Ed diz que ela estava errada, que ele sim, conseguia ver ela?

Antes Lee diz a ele que comparado a Jim os dois não são diferentes. "Os dois acham que me conhecem. Os dois acham que podem me mudar. E nenhum dos dois consegue realmente me ver."

Aqui é uma prova que Ed sempre soube que tudo isso não passava de fugir da verdade. Porque realmente, esses relacionamentos você acredita que conhece o outro, ou que pode o mudar. E quando Ed diz que a vê é porque Ed vê a si mesmo, e esse é primeiro passo para poder ver o outro porque aí você percebe que não há separação alguma entre você e o outro, a realidade ilusória faz você acreditar nisso e o único erro é acreditar que o que precisa está fora de você, a única coisa que você precisa é de você mesmo e poderá ver todo o resto. A cena na qual eles golpeiam com a faca um no outro, é um símbolo de como Ed chegou na perfeita trindade. Realizando em si mesmo que agora, essa separação não existe e nunca existiu.

A gente pode desejar que fosse de outra maneira, ou que Ed está fugindo do que ele realmente sente. Mas é isso que todos nós fazemos e personagens como ele fazem a gente olhar para isso com olhos mais abertos, com a consciência direcionada para o grande quadro.



Note S05EP02-05

É só uma pequena nota de como o Ed é todo tempo consciente sobre o próprio corpo como desenvolvi anteriormente. Ser o Charada era confiança, extravagante, carismático e o Ed, conservador, meio nerd, depressivo. E acaba que você vê que no espelho não tem mais separação. E aquele efeito dos espelhos na base.


E os visuais de alguma forma se misturam entre Ed e Charada. As botas pretas que ele usa com detalhes em dourado. Ou o estilo mais aquele que ele usava na época que teve de lidar com a Kringle. Os cintos e os tons de marrom como a gravata que também é brilhante, veja, é como se ele tivesse expressando essa dualidade, tanto que o piso do local que ele usa de backup é um esquema de preto e branco, ele usa xadrez, uma coisa mais perícia tanto que ele volta para GCPD. E depois voltando com um terno todo em verde e veludo escuro no colete. Os tons de verde mais escuro e brilhantes variam. Ele está entrando num estado de espírito em que ele agora expressa as duas partes de forma fluída, trocando mas sem separação, uma terceira expressão. Nenhum nem outro. E acho que isso dá uma introdução da conversa que ele tem com o Oswald.

Anteriormente ele tinha visto que o Oswald estava envolvido com uma informação, ou no que ele estava passando por, mas ele não foi atrás dele, ele buscou colocar todas as peças no lugar antes de o enfrentar.

E acho que Nygma ser capaz de perceber que estava sendo controlado foi porque ele conhece a si mesmo. E mesmo que ele tenha passado por toda essa perda de memória, como se ele estivesse em algum lugar escuro, como se não soubesse quem é mais. Isso pode ser a representação de ir ao encontro de você mesmo e não encontrar nada lá. Quando olhamos de verdade para dentro de nós mesmos. O que percebemos é que apenas existe a consciência observando essa experiência, e que ao mesmo tempo que somos vazio encontramos tudo que é, que somos tudo que existe no centro da nossa essência. E antes disso você tem que saber o que você não é, aquilo que ancora na ilusão, no exterior e isso exige que você confie na sua intuição.

Toda a conversa do início ao fim para mim significa olhar as sombras, Ed não está mais separado agora, e isso significa que ele aceita as sombras dele e de alguma forma isso significa dar validação a elas. Isso pode significar realizar em você as crenças que você esconde de si mesmo e dar algum lugar a elas para se expressar. Ed pode achar que está quebrado, não porque Oswald fez algo com ele. Mas porque Oswald é o espelho dele, é ele em outra pessoa, sem separações. E com ele, Ed é capaz de ver que no fundo ele acredita que ele está quebrado por ser do jeito que ele é. Tanto que ele fala sobre Butch. Veja, as pessoas que fazem coisas que simplesmente não fazem sentido para você, você se sente num lugar onde ninguém parece querer te ouvir ou se empolga com as coisas que você se empolga, as coisas que sua criança interior sente atraído.

Os dois são espelho um do outro. Quando Ed diz que é a coisa mais cruel que Oswald fez, ele apenas está dizendo a si mesmo que ele, se sentir quebrado dentro de si mesmo, machuca ele por dentro, machuca a criança interior que não recebeu a aceitação apropriada porque não tem nada de errado com Ed, nunca teve algo de errado com ele. Ele só não dava a atenção necessária, o espaço necessário para ser, para ser aceito e abraçar essas sombras dentro dele mesmo.

E logo depois Oswald responde com as emoções que é um efeito especial dele. "É por isso que eu precisava de você." como a criança interior.

Lembra lá no começo quando dizia que está na beira do vazio, no que é desconhecido foi uma experiência libertadora para Ed? Quando ele experimentou pela primeira vez transformação para além do ruído?

Ed falava pro Oswald que ele acordava em lugares estranhos, não sabendo como ele chegou neles ou o que fez. Pensando que estava ficando maluco, que estava maluco.

E esses são as coisas que ele não é, uma marionete assassina. É o assassinato para consigo mesmo, é o assassinato da alma. O assassinato daquilo que te faz bem para viver de acordo com uma vida que simplesmente não ressoa com você, com aquilo que as pessoas acham que é ruim ou bom para você. E a única coisa que pode trazer a vida, a aceitação de quem você é nunca vai ser no exterior, vai ser sempre olhando para dentro e antes disso você vê com clareza as sombras. Para Ed era se sentir quebrado, porque ele não percebia como ele era simplesmente magnífico e que o caminho do amor livre, é amar a si mesmo primeiro.

E os dois estavam olhando nos olhos de todos os lados deles naquele momento. Aquela cena podia tomar caminhos bem diferentes se eles não houvessem aprendido as lições. Tanto Oswald quanto Nygma. Oswald podia ter perdido o controle ou Ed podia ter ignorado o que estava sentindo e o que ele estava sentindo parece ser lógico mas ele estava com medo, e esse medo era porque ele estava encarando uma coisa que ele evitou por muito tempo, ouvir o coração, a experiência de algo que é além do que os outros precisavam que ele fosse. Ser ele mesmo e estar disposto a se sentir vulnerável e Oswald foi o primeiro dar esse passo. Dessa vez prometendo a ele não ignorar mais o sofrimento e ouvir. Oswald não diz que ele é o amigo de Ed, ou que é o amigo de Ed. Ele diz "Eu sou seu amigo/Como amigo." essas entonações no qual ele diz "Eu sou" é simplesmente maravilhosa porque isso significa que eu não há separação. E a cena toda é confiança mesmo o Ed tremendo com os "dedos" no gatilho, ele pode escolher abandonar a si mesmo.

"Eu juro a você… Eu vou olhar nos seus olhos enquanto apunhalar você no coração."

É tudo, tudo mesmo sobre o coração. Tudo é amor. E os dois estão prometendo confiança neles mesmos. Mesmo que isso signifique estar com medo até a morte.

Esse efeito de espelho, amor e consciência voltada para o centro é fantástico. A tensão deles enquanto ficam um tempo olhando um pro outro. Eles se afastam, mas eles sempre voltam para se aproximar e ainda assim dão espaço um pro outro.


Note. The Beginning.

Acredito que a conversa da nota anterior seja a que realmente realizou o propósito de envolver tudo que Nygma e Oswald traçaram juntos. Nesse momento nós vamos chegando no final e se torna uma cruzada para um objetivo mais amplo.

O que temos agora, é esses pequenos pedaços de juras.

É bem simples, mas é no simples que você consegue ver tudo com um foco especial. E pra mim, eles encontram um momento para rir um com o outro, ou como Oswald pontua que o destino tinha algo para eles ou talvez, são feitos um pro outro. "Oswald, eu te aceito pela pessoa que você é. Como você me aceita pelo frio calculista que sou. E é por isso que nossa amizade é boa." Eles acharam um jeito ou outro de colocar que tudo isso sempre foi para os dois se encontrarem, e aceitarem a si mesmos. "Talvez pudesse aprender alguma coisa ouvindo seu coração ao invés do seu cérebro."

E essa frase final. Nygma volta para salvar Gotham, e lembre-se, Charada nunca faz alguma coisa sem que haja um motivo. E para ele nunca foi pelo bem maior mas para o conhecimento interior, o que significa para ele. E se ele voltou, talvez o conselho de Oswald refletiu de volta como os espelhos que são. Gotham pode não ser um lugar que ele ajudou a construir como foi para Oswald, mas com certeza sem o Charada a mudança de perspectiva, o ajustamento da consciência para um novo paradigma não poderia ser realizado sem o Nygma, ele é tão importante quanto o sistema desenvolvido. Ele é aquele que observa, aquele que vê através das pessoas e personagens como Edward Nygma podem revelar aspectos genuinamente necessários para um novo meio de ver a realidade ao nosso redor.

E a última conversa deles antes do "o começo", esses sinais de "símbolo". O Pinguim e o Charada, desabrochando nos vilões que eles nasceram para ser. Nygma sempre vai ter o espelho onde ele pode voltar para si mesmo e ele observa o Oswald explodir nas emoções dele.

Eles pontuam o começo da história deles. E toda a história do Ed foi sobre saber onde estava o ruído, reconhecer ele quando tentava tirar ele do centro e era o foco ao redor dele, no condicionamento. É por isso que ele fala sobre o tempo dele na GCPD, e ele mesmo ajuda Oswald a ver o símbolo através dele como "o garoto do guarda-chuva".

E acho que o jeito que ele falou com ele mesmo no espelho como o "Ed patético", e ele se olhava nos olhos e no final esse "Ed", esse coração foi capaz de ser vulnerável envolta de Oswald e abraçar ele ali, e o jeito que ele abraça e sorri. Como diz sussurrando e Oswald com aquele pequeno abaixar de cabeça, é o respeito que ele para com o Ed e Ed não tirar os olhos dele é o modo como ele observa cada detalhe. Não existe sorriso mais genuíno que aquele, para mim tudo isso é Ed Nygma que agora pode não estar mais em conflito com o Charada, mas ele também está no motorista e eles decidiram não quebrar a promessa.

Porque quando estão juntos tanto para com a personalidade dupla quanto para Oswald, eles não tem que fingir, eles não precisam ser nada além de si mesmos. Parece um pouco demais, mas no caso de Ed, ser patético é ele realizando que ele é Ed Nygma, o Charada.


Esse foi um dos desenvolvimentos mais profundos que vi, é claro que em toda obra que existe sempre há um modo de ver o grande quadro. Mas nesse caso as repetições são tão consistentes e enquanto via, eu realmente me sentia fascinada. O Charada como vilão recebeu uma atenção que era dele por direito, e ele sempre vai ser um daqueles vilões que pode ir fundo nas nossas sombras e dar luz a elas, e ele sempre vai ser sobre: "O que eu sou?"

E bem, é por isso que estou aqui e eu sei que fui um longo caminho e se chegou até aqui eu tenho que confessar, me admiro. Tenho certeza que não cobri tudo, mas isso também faz parte do processo.

"O que está na frente do seu nariz,

Mas mesmo assim, é sem resposta?

Está dentro do seu coração

Mas usa sua mente para revelar?

Quem sou eu?"


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